O prefeito de Salvador, Bruno Reis, descartou a possibilidade de reajuste na tarifa do transporte público na cidade em 2024. Essa decisão ocorre mesmo com o fim da desoneração da folha de pagamento, proposta pelo governo federal, que impactará os custos de operação do setor em todo o país, inclusive na capital baiana.
Bruno Reis citou a crise no sistema de transporte metropolitano na Bahia, com empresas fechando e trabalhadores sendo demitidos. Ele criticou a reoneração da folha, que poderia impactar em um aumento de aproximadamente 25 centavos no valor da tarifa. O prefeito expressou expectativa de que o fim da desoneração possa ser revisto.
Transporte público em colapso
Reis lamentou que o governo federal não auxilie, não pague subsídios e não conceda benefícios fiscais aos insumos do transporte público. Ele afirmou que a reoneração da folha afetará diretamente o principal componente do setor, a mão de obra dos motoristas e cobradores, devido à incidência de tributos.
“É lamentável que serviços essenciais que estão colapsando, como o transporte público, não tenham a sensibilidade dos governantes para estabelecer as devidas exceções,” disse o prefeito, acrescentando esperar que o Congresso ou a Justiça possam rever o caso, especialmente para o transporte público.
Empresas quebrando e demissões
Segundo Bruno Reis, das 11 empresas que integravam o sistema metropolitano, cinco já quebraram, resultando na demissão de cerca de 1,5 mil trabalhadores. Ele alertou que, provavelmente, outras empresas possam falir devido à desoneração da folha, situação enfrentada por prefeitos em todo o Brasil para manter o transporte público funcionando.
Em Salvador, a Prefeitura já paga um subsídio de 32 centavos por passagem, aprovado no ano passado, o primeiro subsídio regular da história da cidade, garantindo a continuidade do serviço.