A matriz africana do Candomblé tem uma presença significativa entre os artistas baianos famosos. Essa religião de raízes seculares conecta seus praticantes com a ancestralidade e a espiritualidade dos orixás, entidades cultuadas nessa tradição.
Anitta, a aclamada cantora conhecida como “Girl From Rio”, é uma adepta fervorosa do Candomblé desde 2013. Ela frequenta um terreiro em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e ocupa o cargo de Ẹkẹdi, assessora do Babalorixá (líder espiritual masculino) ou da Yalorixá (líder espiritual feminina). Mauro e Renan Machado, pai e irmão da artista, também seguem essa religião.
Além de Anitta, diversas outras celebridades baianas abraçam as tradições do Candomblé e da Umbanda. Ivete Sangalo, regida por Mãe Carmen do Gantois, integrou o álbum “Obatalá” de Gilberto Gil em 2019, um projeto cantado em iorubá que foi indicado ao Grammy Latino em 2020. Em uma entrevista, Ivete expressou:
“Porque sou de Yansã e Xangô, porque o Candomblé me traz de volta a um mundo de verdade, de gente de verdade, que ama de verdade, sorri de verdade, canta, goza e chora de verdade e mais que isso, junto dos Orixás.”
Carlinhos Brown: O Cacique do Candomblé
Respeito à ancestralidade é a essência da trajetória de Carlinhos Brown. Iniciado no Candomblé ainda jovem, Brown é filho do orixá Ogum, representado como um guerreiro em busca de seus objetivos. Sua música é repleta de influências dessa tradição, com sucessos como “Asanshu”, “Dandalunda” e “Maimbê Dandá” entoados em iorubá.
Outras vozes do axé baiano
A cantora Daniela Mercury, conhecida como “Rainha Má”, é filha de Oxalá e expressa sua devoção na canção “Senhora do Terreiro”. Já Margareth Menezes segue a cultura do Candomblé desde 1981, sendo filha de orixás como Iansã e Oxum.
Alanna Sarah, a “Dama”, também é uma adepta fervorosa, afirmando: “Eu posso falar isso com muita convicção que eu sou a prova viva de que o Candomblé me salvou, a minha religião me salvou.”
Essas vozes representam a riqueza cultural e a conexão profunda entre a música baiana e as tradições africanas enraizadas no Candomblé.