Um ex-treinador do Vitória concedeu uma entrevista ao GE e abriu o jogo sobre algumas questões relacionadas aos treinadores e ao futebol brasileiro. Este foi o caso de Geninho, ex-jogador e treinador do Leão da Barra. Durante a entrevista, o profissional admitiu que alguns treinadores da velha guarda “pararam no tempo”. Isso porque, segundo ele, os colegas não conseguiram ‘assimilar as mudanças do jogo’.
Experiência x Atualização
Para o ex-treinador, os técnicos que são oriundos da sua geração ainda podem ajudar. Apesar disso, ele entende que é preciso ‘se atualizar’. O treinador da minha geração tem uma experiência boa. Ele já errou muito, já ganhou coisas, então ele tá preparado para conseguir coisas grandes. Cuca teve passagens importantes por clubes grandes, tem condições, está preparado. Tem uma visão moderna de futebol. Acho que abrimos mão de muitas coisas do futebol antigo que fazem falta atualmente. Nem tudo do moderno é positivo. O Cuca consegue mesclar, essa é a vantagem. O cara da velha geração que não conseguiu compreender as mudanças, ficou para trás
, afirmou Geninho.
7 a 1 como pivô das mudanças
Sobre as mudanças no futebol brasileiro, o ex-treinador do Vitória determinou um ponto da história como pivô de toda alteração que vimos no Brasil. De acordo com Geninho, tudo isso passou a acontecer depois da goleada sofrida pelo Brasil diante da Alemanha, na Copa do Mundo do Brasil de 2014, ocorrida há quase 10 anos. Depois do 7 a 1 nós passamos a copiar tudo lá de fora. Mas se você olhar o futebol de lá, ele também tem transição rápida, ele não fica tocando, tocando. O Brasileiro gosta disso. Dá tempo para o adversário se organizar. Você baixa para marcar e fala para o adversário: pode ficar rodando bola aí. Tem jogo que você olha os scouts, o goleiro fecha o jogo com duas defesas, mas o time teve 70% de posse de bola. Hoje em dia a bola parada ainda é muito importante, jogada de fundo também, que é muito importante, mas a bola parada, escanteio, falta lateral, é determinante. Gosto de um futebol mais rápido, pegado, direto. Mesmo que eu tome um gol, desde que eu faça dois. Se for 10 a 9 tá bom, todo mundo vai gostar do jogo
, explicou Geninho.
Nascido em Ribeirão Preto, em São Paulo, Geninho, de 75 anos, está sem clube. Apesar disso, ele acumula diversas passagens pelo Vitória. Como jogador, o profissional atuou como goleiro do Rubro-Negro em 1982. Já atuando fora das quatro linhas, Geninho passou pelo Leão em sete ocasiões: 1994, 95, 98, 2011, 19, 20 e 22.