A Federação Única dos Petroleiros (FUP) espera que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, dê continuidade ao programa de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a substituição na presidência da estatal, a FUP reforçou a necessidade da empresa continuar sendo um agente do desenvolvimento econômico e social do país, indutora de emprego e renda.
Com um ano e três meses de gestão de Jean Paul Prates, a FUP desenvolveu um relacionamento construtivo que, segundo o coordenador-geral Deyvid Bacelar, deve ser mantido com Chambriard. Ele afirma que as ideias da nova presidente coadunam com as da FUP em relação ao fortalecimento da indústria naval nacional, conteúdo local e ampliação do parque de refino.
Expectativas para a Nova Gestão
Bacelar espera que Chambriard ajude a cumprir o programa de Lula, enfrentando desafios junto ao mercado e parte da corporação da Petrobras que se opõe à implementação desse programa. Ele destaca a necessidade de atenção à agenda interna da categoria petroleira, como solução de problemas do plano de previdência e saúde, bem como temas como plano de cargos e salários e reposição de efetivo.
“Na gestão de Prates, a relação com o movimento sindical e os trabalhadores melhorou infinitamente, com a reconquista de parte de direitos perdidos ao longo dos últimos anos em negociações coletivas,” afirma Bacelar.
Pontos a Serem Avançados
Entre os pontos que precisam avançar, Bacelar cita o apoio à indústria naval, com retomada de encomendas da Petrobras no Brasil, e ações do governo, como aumento do índice de conteúdo local, queda nas taxas de financiamento ao setor com atuação de bancos públicos e recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM).
A FUP defende ainda a necessidade de conter o alto índice de afretamento de plataformas e estimular a construção de plataformas e navios próprios da Petrobras. Bacelar questiona os prazos para conclusão de obras de expansão, como na refinaria Abreu e Lima (RNest/PE), Gaslub (RJ), reabertura de fábricas de fertilizantes e conclusão da fábrica de Mato Grosso do Sul, previstos apenas para 2028 e 2029.
Transição Energética
A criação da diretoria de transição energética na gestão de Prates é aplaudida pela FUP, mas criticada por não apresentar projetos robustos, como produção de energias solar, eólica e combustíveis verdes. Segundo Bacelar, “Essa paralisia ocorreu por conta de o atual diretor da área ter colocado abaixo dele gerentes executivos que discordam do programa de governo do presidente Lula e, com isso, emperram iniciativas.”
Para a FUP, a Petrobras tem potencial de ser pioneira mundial no desenvolvimento de tecnologia verde, gerando empregos no Brasil. Entretanto, Bacelar aponta que “tem gente na gestão da empresa que não quer que a Petrobrás invista em transição energética, que não concorda com o projeto do governo. Essas pessoas não deveriam estar na administração da empresa.”