Tatau, o ícone do axé music, compartilhou as inspirações artísticas que o moldaram desde os 16 anos quando se envolveu com a música. Com uma mente inquieta, ele buscou referências tanto nacionais quanto internacionais, como Tony Tornado, Michael Jackson, Marvin Gaye, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Tatau afirmou: “Eu tinha o olhar inquieto de ver… Busquei quem, naquela época, eram as grandes referências e hoje sou um pouco de cada um deles”.
Uma das músicas mais marcantes dos anos 80, “Protesto Olodum”, foi composta por Tatau com base em temas relevantes da época, como Aids, poluição e pobreza, que se relacionavam com o Nordeste. Ele explicou: “Resolvi fazer ‘Protesto Olodum’ baseado nas coisas que eu tinha conhecimento na época… Inventei uma palavra chamada ‘nordestópia’, que era a situação da Etiópia muito parecida com algumas regiões do Nordeste”.
Por outro lado, Carlinhos Brown relembrou momentos e inspirações em sua trajetória artística, que tem uma forte relação com elementos religiosos sagrados. Ele disse: “Quando a gente sai de casa ou abre a chave para se comunicar, é necessário que a gente seja reverente e referente. A minha referência é o orixá”.
Brown, que batucava em potes e baldes desde criança, cresceu e inventou instrumentos musicais, como a ASA, a caxirola, o surdo-virado e a bacurinha, usados na música “Papa Papet”. Ele compartilhou memórias curiosas do carnaval de Salvador, quando esquentava a marmita em cima do carburador do trio, enquanto sua mãe, Madalena Freitas, conhecida como dona Madá, levava a comida para ele durante o circuito.
A ligação de Carlinhos Brown com sua matriarca foi uma das principais referências para o desenvolvimento artístico dele. Ele declarou: “Tudo o que eu crio, tudo o que eu sou, é fruto da mulher que me criou, do que vivi na infância, de onde e vim. Eu sou o filho mais velho, então pude presenciar muitas coisas, muitas vezes em que minha mãe se sacrificou por mim e pelos meus irmãos. E hoje enxergo minha mãe ainda maior”.