A empresa Supermercados BH, do empresário Pedro Lourenço, atual dono da SAF do Cruzeiro, foi utilizada pela JBS para realizar pagamentos ilegais a políticos de Minas Gerais durante as eleições de 2014, de acordo com informações divulgadas pelo portal UOL.
Com um faturamento anual de R$ 17 bilhões, a Supermercados BH é considerada a quinta maior rede de supermercados do país. O envolvimento da empresa nos pagamentos ilegais foi revelado durante uma colaboração premiada assinada por dirigentes do grupo J&F em 2017, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Confirmação da empresa
Após a delação da JBS, Waldir Rocha Pena, executivo da Supermercados BH e sócio de Pedro Lourenço, confirmou o uso da empresa para realizar os pagamentos em dinheiro a interlocutores indicados pela JBS. No entanto, Pena alegou desconhecer o motivo dos repasses.
Destinatários dos pagamentos
A JBS informou que utilizou os Supermercados BH para realizar pagamentos ilegais em duas ocasiões, ambas em 2014:
- Pagar políticos do MDB mineiro que apoiaram a candidatura de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais;
- Repassar recursos ao PSDB mineiro e a interlocutores do então candidato à presidência, Aécio Neves.
Investigações em andamento
A investigação sobre os pagamentos ao MDB mineiro ainda está em curso e o processo tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. Já a investigação sobre o PSDB foi arquivada no início deste ano pelo ministro do STF, Flávio Dino.