Um esquema milionário de venda ilegal de armas por policiais militares para uma facção criminosa foi desmantelado em operação da Polícia Federal na Bahia, Alagoas e Pernambuco. Ao menos dez PMs envolvidos foram presos nesta terça-feira, 21.
Segundo autoridades, o grupo criminoso teria movimentado cerca de R$ 10 milhões cobrando valores bem acima do mercado legal para comercializar os armamentos de elite aos bandidos.
Armas vendidas por até três vezes mais do que o valor oficial
De acordo com o delegado da Força Correicional Especial Integrada, João Ricardo, “a arma era desviada e eles vendiam no mercado ilegal. Eles vendiam muito mais caro do que no mercado formal. Por exemplo, se você compra um fuzil de 13 mil reais ou 15 mil reais em uma loja, você só compraria no mercado informal por 20, 30 e até 50 mil. Então, o valor no mercado informal é quase 3 vezes maior do que o habitual”.
O delegado Regional de Polícia Judiciária da PF na Bahia, Rodrigo Motta, acredita que os valores iniciais dos armamentos adquiridos variavam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, sendo vendidos no mínimo pelo dobro do valor aos criminosos. “A gente acredita que foi [vendida] uma média de 20 armas por mês. As armas têm o valor de R$ 6 mil reais, R$ 7 mil reais, R$ 5 mil também. Então são valores variados a depender da situação, da arma…”, afirmou.
Operação ‘fogo amigo’ cumpriu mandados em três estados
Na operação denominada ‘fogo amigo’, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão na Bahia, Pernambuco e Alagoas. Ao menos dez policiais militares da Bahia, sendo três de Salvador, foram capturados. Além destes, um bombeiro militar, um PM de Pernambuco, empresário e CACs também estão entre os alvos encontrados.