Um torcedor do Esporte Clube Vitória, Vanderley Leal de Jesus, de 26 anos, recebeu alta hospitalar na segunda-feira (20), 35 dias depois de ser agredido com barras de ferro, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, por integrantes de torcidas organizadas do Bahia e Palmeiras.
Vanderley Leal foi socorrido em estado grave e levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficou em coma por 20 dias. Apesar da alta hospitalar, o jovem continua sendo atendido na modalidade “home care”, uma espécie de atendimento médico domiciliar, com acompanhamento de especialistas.
“A gente está cuidando de uma criança, porque psicologicamente ele ainda não responde a todos os comandos da gente. Ainda não tem noção de tempo, tem horas que fala coisas desconexas, fica estressado, se irrita, chora e reclama de dor”, contou Cristiane Leal, mãe de Vanderley.
O que aconteceu
Vanderley Leal de Jesus estava vestido com a camisa do Vitória, horas antes do time enfrentar o Palmeiras, no Barradão, com três amigos e a namorada de um deles, quando o grupo foi abordado por três homens que desceram de um carro. Todos estavam a caminho do Barradão e correram. No entanto, Vanderley escorregou e foi espancado pelos suspeitos, que fugiram após o crime.
Jovem relatou que conhece suspeitos
Durante o Jornal da Manhã, programa da TV Bahia, a mãe de Vanderley Leal disse que o filho revelou conhecer os homens que o agrediram.
“Ele disse que foi agredido por três pessoas e que conhece os três. Disse que por conhecer, falou: ‘Perae, mano’, mas viu que eles iam partir para cima dele”, afirmou Cristiane Leal.
“Correu, mas não deu tempo. Meu filho caiu e eles, covardemente, agrediram ele”, revelou.
Enquanto esteve internado no HGE, o torcedor precisou fazer uma traqueostomia e respirou por meio de um orifício no pescoço. Quando saiu do coma, ele não deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) imediatamente, porque apresentou febre causada por pneumonia.
O caso é investigado na delegacia de Pau da Lima e nenhum suspeito foi preso até a última atualização desta reportagem.
“Eu fico revoltada, porque é injusto que as pessoas agridam outra por nada e está aí vivendo a vidinha deles normal. Meu filho que está aí, perdeu a liberdade dele, está em cima de uma cama, dependendo dos outros”, lamentou a mãe do jovem agredido.