O governo da Bahia intensificou seus esforços para atrair investimentos internacionais para a produção de hidrogênio verde (H2V) a baixo custo. Durante uma visita recente à Bélgica, Alemanha e Holanda, o governador Jerônimo Rodrigues buscou apresentar o potencial do estado nesse setor.
Em entrevista ao Grupo A TARDE, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, destacou as vantagens naturais da Bahia para a produção de H2V, gerado por meio da eletrólise da água utilizando eletricidade renovável, como a proveniente de fontes solares ou eólicas, sem emissão de dióxido de carbono ou outros poluentes atmosféricos.
Condições favoráveis para produção barata
“Nenhum lugar no mundo tem as condições naturais para produzir o hidrogênio verde ao custo mais barato do que na Bahia”, afirmou Almeida. Ele citou a abundância de energia limpa, barata e segura proveniente de parques eólicos e solares, além da possibilidade de construção de usinas hidrelétricas.
Segundo o secretário, o polo petroquímico de Camaçari, o maior complexo petroquímico da América Latina, é capaz de liderar essa produção de H2V. “O hidrogênio verde é uma operação química, e já contamos com uma infraestrutura de amoniodutos para transportar a amônia verde produzida em Camaçari para os portos”, explicou.
Benefícios para o agronegócio
Almeida ressaltou os benefícios da produção de hidrogênio verde para o agronegócio, destacando a possibilidade de produzir ureia verde, um fertilizante derivado do H2V. Atualmente, o Brasil importa 85% dos fertilizantes utilizados a um custo elevado, dependendo de oscilações de preço decorrentes de fatores geopolíticos.
“Se produzirmos a ureia verde a partir do hidrogênio verde, não dependeremos de ninguém, apenas de nossos próprios recursos naturais”, afirmou. “Isso pode tornar a Bahia um estado rico e uma grande potência energética no longo prazo.”