A Bahia está se preparando para dar um passo significativo em direção à industrialização e ao desenvolvimento sustentável. A Galvani Fertilizantes, uma empresa liderada pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), lançará nesta sexta-feira, 24 de março, em Irecê, a pedra fundamental de uma nova unidade de mineração de fosfato, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, Henrique Carballal, presidente da CBPM, detalhou esse empreendimento inovador, que promete gerar cerca de 900 empregos na região. “É uma grande missão que o governador nos deu, de desenvolver a Bahia em uma perspectiva não apenas de produção de commodities. Mas, além de produzir commodities, que a gente possa também, na realidade, processar aqui na Bahia”, afirmou Carballal.
Processo Inovador e Sustentável
A Galvani irá prospectar e processar o fosfato no município de Irecê, utilizando um processo inovador de separação do cálcio e do magnésio, com baixo consumo de água. Além disso, o fosfato será utilizado em sua totalidade, evitando a produção de rejeitos. “Não vai ter resíduo, não vai ter barragem, não vai ter rejeito”, destacou Carballal.
O que seria considerado rejeito nesse processamento, o calcário, será reutilizado para a remineralização do solo em Irecê, em uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Rural (CAR). “Nós vamos doar 10 mil toneladas de calcário anualmente, para remineralizar o solo, e para o desenvolvimento da agricultura familiar na região ali do Baixio de Irecê”, relatou Carballal.
Investimentos em Educação
Além dos benefícios ambientais e econômicos, o projeto também prevê investimentos na área educacional do município. A CBPM deve criar um fundo de educação, com investimento de até R$ 2 milhões, gerido por representantes da sociedade ireceense, com a empresa tendo poder de veto. “A governança dos valores será controlada pela sociedade. A CBPM terá assento, naturalmente, e a CBPM terá poder de veto. Mas, fora isso, a decisão de onde vai ser gasto e como vai ser gasto será especificamente pelo povo de Irecê”, explicou Carballal.
Segundo o presidente da CBPM, o objetivo é deixar um legado pós-mineração para Irecê, cumprindo a orientação do governador Jerônimo Rodrigues. “O legado que a gente quer deixar é um povo educado, um povo que saiba e tenha potencial de desenvolver uma economia, mesmo depois do fim de uma atividade tão importante como essa”, concluiu.