Os atores Érico Brás e Tânia Toko, que fizeram parte do elenco do clássico filme nacional “Ó Paí Ó”, compartilharam suas perspectivas sobre a importância da obra durante sua participação no programa “Diga Aí”. O filme, ambientado no Pelourinho, apresentou a essência da cultura baiana por meio da comédia, mas também fez críticas sociais relevantes.
Érico Brás enfatizou o papel do ator como mensageiro e porta-voz de pessoas que precisam ser representadas. “Quando a gente faz um tipo de obra como Ó Paí Ó, a gente ta dizendo que podemos rir das coisas, mas precisamos saber do que a gente está rindo. Passamos o filme todo dando risada e quando chega no final, que duas crianças morrem, temos que nos perguntar: será que eu to rindo disso?”
Tânia Toko, que cresceu na Cidade Baixa, complementou que a “tragicomédia” tem o objetivo de trazer leveza a debates densos. “Quando a gente chega para falar da morte dos meninos, da vida difícil da baiana (de acarajé), de Neuzão, além de todo mundo que trabalha. A gente tem que trazer uma leveza nessa discussão, não só coisa pesada do que é ruim, porque não é só a parte ruim”.
Envolvimento precoce com a arte
Ambos os artistas cresceram envolvidos com o mundo da arte. Érico Brás, criado em Fazenda Couto, sentiu desde cedo que “a arte seria algo que levaria para a vida e que pagaria as contas com isso”. Tânia Toko, seguindo a mesma linha, acompanhava novelas desde criança e já sentia que “com a arte iria falar bem e poderia se expressar através dela”.
Impacto surpreendente da obra
Os convidados, que foram atores no filme nacional que conquistou gerações em todo o território brasileiro, falaram que não imaginavam a proporção que a obra poderia tomar. Tânia Toko comentou que ainda hoje muitas pessoas de fora do Brasil perguntam onde ficam locais que foram cenários do filme, como o bar de Neuzão, a banca da baiana e o cortiço da dona Joana. “Nós ficamos até preocupados assim, será que vamos atingir o resto do Brasil, por ser uma linguagem tão regional, tão nossa, que só a gente entende enquanto baiano.”
Como os atores já conviviam no teatro Olodum, o desafio da direção foi fazer com que os amigos de cena encerrassem a improvisação durante as gravações. “Se não a cena não acabava nunca, porque a gente continuava improvisando”, disse Érico Brás.
O episódio desta sexta-feira foi o penúltimo da segunda temporada, e é possível assistir todas as edições na Globoplay.