A renomada jornalista Sandra Annenberg revelou um episódio marcante em sua trajetória profissional. Nos anos 80, quando tentou ingressar na carreira artística como atriz, enfrentou situações desconfortáveis de assédio sexual dentro da indústria.
Annenberg participou de algumas tramas na TV Globo, como “Pacto de Sangue” (1989) e “Cortina de Vidro” (1990), de Walcyr Carrasco. No entanto, ela admitiu que para conquistar espaço naquele ambiente, era necessário “jogar um jogo que não é legal”. “Eu enfrentei assédio sexual, enfrentei uma competição muito cedo, enfrentei um espaço que para você conseguir conquistar o seu tem que jogar um jogo que não é legal”, desabafou.
A jornalista decidiu não compactuar com essas práticas abusivas. “O fato é que não joguei esse jogo e eu não sei muito bem como eu consegui trilhar o meu caminho sem fazer parte de um time que jogava um jogo de interesse, de troca, dentro do assédio sexual também”, revelou. Essa postura, no entanto, custou-lhe oportunidades na dramaturgia. “Talvez eu tivesse ido mais longe muito rápido se eu tivesse concordado em fazer parte da turma e eu perdi espaço por isso, fui cortada do elenco de uma novela porque não cedi”, explicou.
As experiências negativas vivenciadas nos bastidores da carreira artística fizeram com que Annenberg fosse superprotetora com sua filha, Elisa, hoje com 20 anos. “Acho que segurei muito a minha filha, não queria que ela enfrentasse tudo que enfrentei”, admitiu.
Trajetória de sucesso na TV
Apesar dos obstáculos enfrentados, Sandra Annenberg construiu uma carreira sólida e de prestígio no jornalismo. Ela ingressou na TV Gazeta aos 14 anos como repórter e, em seguida, foi contratada pela Rede Bandeirantes. Aos 23 anos, Annenberg entrou na TV Globo, onde se consagrou como uma das maiores comunicadoras do país, comandando programas de grande importância como o Jornal Nacional, Fantástico e Jornal Hoje, além de cobrir eventos como os Jogos Olímpicos de Atlanta.