O antigo integrante das forças militares do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, que admitiu ser o responsável pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, será transferido para a mesma penitenciária onde se encontra detido o ex-jogador de futebol Robinho. Este último foi condenado por um crime de violação.
Atualmente, Lessa cumpre sua pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. No entanto, após uma decisão emanada pelo ministro Alexandre de Moraes, pertencente ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele será realocado no Complexo Penitenciário de Tremembé, localizado em São Paulo, popularmente conhecido como o “presídio dos famosos”.
A transferência foi autorizada em resposta a um pedido apresentado pela defesa de Lessa, respeitando as normas de segurança estabelecidas pela instituição prisional. Ademais, foi determinado o monitoramento das comunicações verbais ou escritas do detento com quaisquer indivíduos externos à unidade penitenciária, inclusive monitorando as visitas que receber, até que a instrução processual em andamento no Inquérito 4.954/RJ seja concluída.
Acordo de delação premiada
Na mesma decisão, expedida nesta sexta-feira (7/6), o ministro Moraes também ordenou o levantamento do sigilo que envolvia o acordo de delação premiada de Ronnie Lessa com a Polícia Federal. Moraes ressaltou que os benefícios previstos na colaboração premiada dependem, obviamente, da eficácia das informações fornecidas, uma vez que se trata de um meio de obtenção de provas, as quais serão analisadas durante a instrução processual penal. Contudo, o magistrado considerou que isso não impede que a transferência seja realizada provisoriamente.
A vereadora Marielle Franco representava a cidade do Rio de Janeiro pelo partido político PSol. Ela foi alvejada à queima-roupa após participar de um evento público na capital fluminense. O automóvel em que se encontrava foi atingido por 13 disparos de arma de fogo, resultando também na morte do motorista Anderson Pedro Gomes e ferindo uma assessora da política.
O caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal devido à suposta participação de uma autoridade com foro privilegiado.