O governo federal tomou medidas preventivas para lidar com a seca e os incêndios florestais que podem afetar o Pantanal e a Amazônia. Na sexta-feira passada, uma sala de situação foi instalada para coordenar ações antecipadas contra esses eventos climáticos adversos.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, os problemas de natureza climática estão se agravando, com consequências ambientais graves previstas para ocorrerem mais cedo neste ano. Por essa razão, o governo optou por adotar uma abordagem de gestão de riscos, agindo de forma preventiva.
Pantanal enfrentando estiagem severa
A região do Pantanal já enfrenta uma estiagem severa, com escassez hídrica em toda a bacia. Historicamente, os incêndios tendem a aumentar em agosto, mas já existem pelo menos 15 focos de incêndio identificados no momento atual. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou que é a primeira vez que o Pantanal está completamente seco no primeiro semestre do ano, uma situação inédita que exige ação imediata.
O Ibama contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o Brasil, com foco no Pantanal e na Amazônia. Os esforços iniciais estão concentrados no entorno de Corumbá (MS), na Transpantaneira e a oeste do Rio Paraguai, onde a situação é mais grave.
Planejamento interministerial
A reunião extraordinária para tratar da questão foi coordenada pelo vice-presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e envolveu 19 ministérios. A sala de situação para seca e queimadas será coordenada pela Casa Civil da Presidência, com coordenação executiva do Ministério do Meio Ambiente, e participação de outros ministérios relevantes, como Integração e Desenvolvimento Regional, Defesa e Justiça e Segurança Pública.
Na próxima segunda-feira, 17, os integrantes da sala de situação tratarão de questões legais, como a simplificação da contratação de equipes de brigadistas, equipamentos e aeronaves, além da possibilidade de buscar recursos extraordinários.
Planejamento abrangente
Apesar do foco inicial no Pantanal e na Amazônia, a sala de situação terá um escopo dinâmico, abrangendo outros biomas conforme necessário. A ministra Marina Silva enfatizou que haverá um esforço conjunto do governo federal, governos estaduais, municípios, sociedade civil e iniciativa privada para enfrentar os desafios climáticos em todo o país.
No início do mês, o governo federal e os estados do Pará, Acre, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e Mato Grosso assinaram um pacto para planejar e implementar ações colaborativas de prevenção e combate aos incêndios florestais e destruição de vegetações nativas no Pantanal e Amazônia.