Uma investigação minuciosa revelou que duas mulheres atuavam em um esquema criminoso ligado à milícia conhecida como “Bonde do Zinho”, “Tropa do Z” ou “Família Braga”, liderada por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho. A ex-assessora parlamentar Ariane Afonso Lima e a deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros (PSD), apelidada de Lucinha, foram denunciadas pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, por integrarem o núcleo político dessa organização criminosa.
De acordo com os inquéritos, a milícia era estruturada em diferentes núcleos. O núcleo operacional compreendia as lideranças principais, lideranças locais e assessores ou soldados responsáveis por diversas funções, como patrulhamento e segurança. Além disso, a organização contava com um núcleo financeiro dedicado à lavagem de dinheiro obtido ilegalmente e um núcleo político integrado por Lucinha e Ariane.
Interferência na esfera política
As denunciadas desempenhavam um papel crucial de defender os interesses do grupo criminoso junto às autoridades públicas. Conforme consta na denúncia, “em múltiplos episódios, constata-se a clara interferência das denunciadas na esfera política, junto a autoridades policiais e políticas, ora para favorecer os interesses da organização criminosa, ora para blindá-la das iniciativas estatais de combate ao grupo e ora para livrá-los de ações policiais, garantindo a impunidade dos seus integrantes”.
O chefe da milícia, Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, se entregou à Polícia Federal em 24 de dezembro do ano passado. A denúncia foi formalizada junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), trazendo à tona as graves acusações contra as mulheres envolvidas nesse esquema criminoso.