Um influente líder religioso fez declarações polêmicas ao endossar uma proposta de lei que endureceria as regras sobre o aborto no Brasil. Durante um evento na Câmara dos Deputados, o pastor Silas Malafaia expressou apoio a um projeto que equipararia o aborto após 22 semanas de gravidez, mesmo em casos de violência sexual, ao crime de homicídio, sujeito a penas de até 20 anos de prisão.
Malafaia, conhecido por suas alianças políticas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, não poupou críticas ao atual governo. Ele direcionou comentários ofensivos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à primeira-dama Janja da Silva, acusando-os de promover uma “narrativa vagabunda” sobre o assunto.
Defesa do projeto de lei
O projeto em questão foi proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante, membro da bancada evangélica e próximo a Malafaia. O pastor argumentou que a iniciativa surgiu do Conselho Federal de Medicina, e não de líderes religiosos, ao estabelecer normas sobre o aborto após cinco meses de gestação.
Apesar das fortes críticas ao presidente e à primeira-dama, Malafaia não forneceu detalhes sobre as alegadas declarações de Lula e Janja que motivaram sua reação. Ele apenas reiterou seu apoio à proposta legislativa, que enfrenta forte oposição de grupos defensores dos direitos reprodutivos das mulheres.
Repercussão e próximos passos
As declarações de Malafaia geraram repercussão imediata, levando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a anunciar a criação de uma comissão especial para estudar o tema do aborto e a proposta de lei apresentada.
O debate sobre o aborto continua sendo um assunto delicado e polarizador no Brasil, com diferentes setores da sociedade defendendo perspectivas divergentes. As próximas etapas do processo legislativo serão acompanhadas de perto, uma vez que qualquer mudança nas regras em vigor terá impacto significativo na vida das mulheres brasileiras.