O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou repúdio a uma proposta legislativa que visa criminalizar o aborto após a 22ª semana de gestação, com penas de até 20 anos de prisão. Em suas declarações, Lula manifestou apoio aos protestos realizados por mulheres contra a medida.
O chefe do Executivo federal criticou a iniciativa, afirmando que ela representaria uma “carnificina contra as mulheres” e criminalizaria as vítimas de violência sexual. Lula destacou a importância da mobilização da sociedade, elogiando a participação das mulheres nas manifestações contra o projeto de lei.
De acordo com o presidente, a proposta controversa, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), permitiu que a sociedade se manifestasse. Lula ressaltou que as mulheres não são mais “objetos de mesa e cama em lugar nenhum do mundo” e devem ir às ruas para defender seus direitos.
Diante da intensa reação negativa, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, recuou sobre a análise acelerada do tema. A votação da matéria polêmica foi adiada para o segundo semestre, e Lira cogita designar uma relatora de centro, distante das discussões polarizadas entre PT e PL, para analisar o assunto.
Lula ainda criticou os parlamentares responsáveis pela proposta, afirmando que eles “sabem o erro que cometeram” ao apresentar uma “discussão imbecil” sobre o tema sensível.