Um experiente jornalista baiano embarcou em uma missão profissional e pessoal ao viajar ao Marrocos. Com 23 anos de carreira na TV Bahia, Ricardo Ishmael foi encarregado de documentar um projeto audiovisual sobre o grupo musical Ilê Ayiê, que se apresentaria no Festival Scène Moulay Hassan em Essaouira.
A viagem, que será exibida em novembro pela emissora, apresentou desafios desde a chegada. No aeroporto de Marrakech, Ricardo enfrentou dificuldades na leitura do código de seu passaporte pelo serviço de imigração. Comunicando-se em árabe aprendido previamente, ele conseguiu suavizar a situação com sua simpatia baiana.
Conexão cultural salva o dia
Após alguns momentos tensos, os agentes de imigração perceberam a ligação de Ricardo com a Bahia e a cultura musical do Ilê Ayiê. “Eles olharam bem para mim e perguntaram: ‘Vocês são da Bahia?’. E eles: ‘Música baianas?’. E eu: ‘Sim!’. Aí eles: ‘Ah, tudo bem!’, carimbou o passaporte e deixou passar”, contou o jornalista, aliviado.
Superado o primeiro obstáculo, Ricardo partiu com a equipe da TV Bahia e o grupo musical para Essaouira, onde ocorreria o festival. Embora já tivesse visitado o Marrocos antes, esta era a primeira vez na cidade litorânea, enfrentando o desafio da barreira linguística.
Aprendendo a língua local
“Tem sido desafiador esse trabalho. Primeiro, porque é um país de língua árabe, um país de língua muçulmana. Um país que ainda é resistente ao inglês, então, a gente se comunica sobretudo em francês e na linguagem universal dos sorrisos e dos gestos,” explicou Ricardo. Antes da viagem, ele estudou algumas palavras em árabe como sinal de respeito pela cultura local, facilitando a comunicação em momentos-chave.
Além dos desafios profissionais, Ricardo aproveitou para imergir na rica gastronomia marroquina, especialmente o cuscuz, um de seus pratos favoritos. “Eu como cuscuz quase todos os dias, aqui no Marrocos, então, é o país do cuscuz marroquino, eu estou em casa. Me adaptei muito bem ao paladar, eu não tive nenhum problema e eu provo de tudo. Todos os molhos, eu vou colocando um pouco, porque eu quero saborear tudo.”
Com gratidão e entusiasmo, Ricardo Ishmael segue acompanhando o Ilê Ayiê nos próximos dias, imerso nesta experiência profissional e cultural única. “Um aprendizado profissional, pela responsabilidade de você estar à frente de um produto documental, que é um filme que vai ficar para a posteridade, mas também uma gratidão muito grande,” concluiu.