Na última quarta-feira, 3 de maio, o desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), fez declarações polêmicas durante uma sessão de audiência. Espíndola afirmou que “as mulheres estão loucas atrás de homens”, enquanto a Corte discutia um caso de assédio envolvendo uma adolescente de 12 anos e seu professor.
A adolescente relatou que o professor enviava mensagens durante as aulas com elogios e gestos maliciosos, o que a fazia se esconder no banheiro para evitar a disciplina. Apesar do depoimento, Espíndola se posicionou contra a condenação do professor, alegando que a situação seria apenas “ego de adolescente” e que não queria “estragar a vida do professor”.
Durante a audiência, o desembargador também rebateu uma colega magistrada, classificando seus argumentos como parte do “discurso feminista”. Espíndola declarou que, atualmente, são as mulheres que estão assediando os homens devido à escassez masculina. “Esse mercado está bem diferente. Hoje em dia, essa é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens, porque são muitos poucos. É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens”, disse ele.
Ele continuou afirmando que as mulheres estão ansiosas por receber elogios e cantadas educadas. “Elas é que estão cantando, elas que estão assediando”, completou o desembargador.
Em nota, Luís César de Paula Espíndola afirmou que não teve a intenção de menosprezar o comportamento feminino, destacando que sempre defendeu a igualdade entre homens e mulheres. “Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão”, disse ele.
O Tribunal de Justiça do Paraná e a Ordem dos Advogados do Brasil do Estado também se manifestaram. Em nota, o TJPR declarou que “não endossa os comentários feitos pelo desembargador” e que uma investigação preliminar foi aberta. Espíndola terá um prazo de cinco dias para se manifestar.
O histórico de Espíndola inclui uma condenação em 2023 por lesão corporal em violência doméstica contra sua irmã e sua mãe. Ele foi sentenciado a quatro meses e 20 dias de detenção em regime aberto e ficou proibido de se aproximar das vítimas.