O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, manifestou-se em apoio aos trabalhadores aposentados e pensionistas da Petrobras. A FUP realizou uma vigília de 15 dias em frente à sede da estatal no Rio de Janeiro, que chegou ao fim na última quinta-feira, 4.
A mobilização tinha como objetivo reivindicar os direitos dos servidores que não estão recebendo seus benefícios devido aos descontos dos Programas de Equacionamento de Déficits (PEDS) e do fundo de pensão Petros. Bacelar informou que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e a diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, comprometeram-se a formar uma comissão quadripartite. Essa comissão incluirá representantes da Petrobras, da Petros, das entidades do Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos da Petros, além da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).
“A comissão já foi formalizada e deve se reunir na próxima semana. Alegaram que não faríamos mais paralisações, atos ou greves por estarmos apoiando o governo. Destacamos o nosso compromisso com o princípio da autonomia e independência sindical em relação aos governos e aos empregadores”, afirmou Bacelar, reforçando a luta por uma aposentadoria digna.
Ele destacou a situação crítica dos trabalhadores que contribuíram por décadas, mas que hoje, aos 65, 70 ou até 80 anos, não têm acesso a uma aposentadoria digna. “Temos aposentados que não conseguem pagar suas contas devido à falta do benefício”, apontou.
Bacelar também mencionou a diferença de gestão em relação a outros fundos de pensão, como a Funcef, onde metade da diretoria é eleita pelos trabalhadores. Segundo ele, na Petros, isso ainda não ocorre, apesar de um acordo de 2007 que estabeleceria esse direito.
Defendendo a necessidade de pressão sobre o governo Luiz Inácio Lula da Silva, Bacelar afirmou que o movimento sindical e os movimentos sociais devem cumprir seu papel. “Vencemos a eleição com uma frente ampla e sabíamos que haveria disputas internas no governo do presidente Lula. Ele precisa ser pressionado ou ter o suporte das massas. Caso contrário, ele será cada vez mais pressionado à direita, sem margem para cumprir seu programa de governo”, concluiu.