Uma nova operação da Polícia Federal (PF) trouxe à tona detalhes sobre o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para fins pessoais. Segundo um relatório cujo sigilo foi removido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a Abin teria atuado ilegalmente para beneficiar Carlos Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Jair Renan.
Ações ilegais reveladas
Nesta quinta-feira, 11, a PF deflagrou a quarta fase da operação Última Milha, cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, expedidos pelo STF. A cidade de Salvador está entre os alvos dessas diligências.
Beneficiados
Carlos Bolsonaro: A Abin paralela teria tentado impedir que o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) fizesse declarações contra Carlos Bolsonaro, que então teria que prestar esclarecimentos na CPI da Covid em 2021. Vieira chegou a solicitar a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Carlos.
Flávio Bolsonaro: A investigação aponta que Jair Bolsonaro, junto com o então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, discutiram por áudio questões relacionadas ao caso da “rachadinha” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro.
Jair Renan: O pré-candidato a vereador em Balneário Camboriú (SC), Jair Renan, também teria sido beneficiado. Na época, ele era alvo de um inquérito por suspeita de tráfico de influência, que foi arquivado um ano depois.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho ’03’ de Jair Bolsonaro, não foi citado no relatório da PF.
As investigações continuam e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.