O município de Ibitiara, localizado na Chapada Diamantina, Bahia, está no centro das atenções devido a uma denúncia contra o prefeito Wilson de Bududa (PSD). A acusação, encaminhada ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), envolve alegações de desvio de recursos públicos e execução fraudulenta de contratos para o fornecimento de peças, pneus, câmaras de ar e baterias elétricas para veículos e máquinas.
A denúncia foi apresentada pelos vereadores Dilma Maria da Silva Lemos e Miguel Azevêdo de Oliveira, ambos do PT. Segundo os denunciantes, as despesas do município aumentaram mais de 104% nos últimos três anos e meio, somando mais de R$ 33 milhões, sem que houvesse melhorias na prestação de serviços públicos.
Entre as acusações, destaca-se o aumento significativo nos gastos com locação de veículos, tanto escolares quanto de outras finalidades. Os valores subiram de R$ 11.509.749,89 entre 2017 e 2020 para R$ 18.024.641,57 entre 2021 e 2023, um crescimento de 56,60%. A terceirização, que costuma ser uma estratégia de redução de custos, acabou resultando em maiores despesas, apontando para a necessidade de uma revisão dos contratos e da eficiência das operações terceirizadas.
Os custos com manutenção de veículos e máquinas também chamam a atenção. De 2017 a 2020, as despesas foram de R$ 932.296,27, enquanto no período de 2021 a 2023 chegaram a R$ 3.046.142,78, um aumento de 226,74%. O total das despesas relacionadas à frota veicular no período de 2021 a 2023 foi de R$ 29.292.787,47.
Outra questão levantada é a compra de 185 baterias para veículos em apenas três anos e meio, o que representa uma média de 53 baterias por ano para uma frota de 80 veículos. Em um exemplo extremo, um único veículo teria consumido 8 baterias em apenas 7 meses. “O fato se repete também com outros veículos. É improvável um veículo precisar de 8 baterias em tão pouco tempo. Essa é a corrupção que assola Ibitiara na gestão de Wilson de Bududa”, afirmou a vereadora Dilma Lemos.