Em entrevista à TV Record nesta terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que não haverá cortes no salário mínimo, contrariando especulações sobre possíveis medidas de austeridade que afetariam as parcelas mais pobres da população, incluindo os beneficiários da Previdência Social.
“Quando alguém sugere desvincular o salário mínimo da Previdência Social, eu digo: o mínimo já é o mínimo. Não há como reduzir o que já é o menor valor. A reposição deve ser feita conforme a inflação, e qualquer crescimento do PIB deve ser refletido no aumento do mínimo. É uma questão de justiça social e humana,” afirmou Lula.
O presidente aproveitou a ocasião para destacar os números positivos da economia brasileira, que superaram as expectativas dos analistas de mercado. Ele criticou a taxa de juros praticada pelo Banco Central e comemorou a criação de 2,5 milhões de empregos em um ano e sete meses, além do crescimento de 11,7% na massa salarial.
“Geramos empregos e a massa salarial está crescendo. Reajustamos o salário mínimo duas vezes acima da inflação e vamos isentar de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil. Já tiramos 24 milhões de pessoas da fome. Estamos vivendo um momento muito positivo,” acrescentou.
Sobre a meta fiscal, Lula foi questionado se o governo alteraria a meta de déficit zero nas contas públicas para 2024. Ele ressaltou a importância de um crescimento econômico sustentável e afirmou que o governo fará o necessário para cumprir as regras do arcabouço fiscal. “Este país é muito grande e poderoso. O que importa é o crescimento com estabilidade jurídica, fiscal, econômica e social. Queremos previsibilidade,” concluiu.
Na próxima semana, o Ministério da Fazenda deve anunciar bloqueios no orçamento para cumprir a meta de resultado primário, conforme indicado pelo ministro Fernando Haddad.
Durante a entrevista, o presidente também comentou sobre a violência política global, mencionando o recente ataque ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula defendeu a necessidade de maior tolerância e respeito nos debates políticos e criticou a disseminação de fake news nas redes sociais, defendendo a regulação das grandes empresas de tecnologia.
“Não podemos permitir que essas empresas ganhem dinheiro disseminando mentiras e provocando ódio sem qualquer compromisso com a verdade. Sou a favor de uma regulação para acabar com isso,” afirmou Lula.