A Bahia se destaca no cenário nacional ao inaugurar, em dezembro deste ano, seu primeiro hospital estadual dedicado exclusivamente aos cuidados paliativos, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O novo Hospital Estadual de Cuidados Paliativos, localizado no antigo prédio do Couto Maia, na Cidade Baixa, contará com 70 leitos, sendo sete destinados à pediatria.
Atualmente, o Núcleo de Cuidados Paliativos da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) já atendeu cerca de seis mil pacientes, incluindo adultos, crianças e neonatos. A capital baiana, Salvador, também é reconhecida pela oferta de serviços paliativos, que visam aliviar o sofrimento de pacientes e familiares durante o enfrentamento de doenças graves.
O Hospital Municipal de Salvador (HMS) já disponibiliza suporte em cuidados paliativos para os internados, assim como a rede de urgência e emergência, que conta com médicos especialistas para orientação e acompanhamento. Em alguns casos, o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) também é utilizado.
Recentes dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 625 mil pessoas no Brasil necessitam de cuidados paliativos. A médica oncogeriatra e paliativista, Rafaela Cândida, enfatiza a importância de uma abordagem interdisciplinar, que busca reduzir o sofrimento físico, emocional e social dos pacientes e seus cuidadores.
Na Bahia, a prática de cuidados paliativos tem evoluído desde 2015, com a institucionalização de protocolos nos hospitais da cidade e a criação de um ambulatório na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Este ambulatório atende pacientes do SUS, oferecendo consultas prolongadas e integradas, que envolvem médicos, psicólogos e enfermeiros. As consultas visam não apenas o tratamento das condições médicas, mas também o apoio psicológico aos pacientes e suas famílias.
O desenvolvimento da Política Nacional de Cuidados Paliativos, lançada pelo Ministério da Saúde, visa treinar 1.300 equipes em todo o país, reforçando a importância desses cuidados que não estão restritos ao final da vida, mas podem ser adotados desde o diagnóstico de uma doença grave. A expectativa é que o novo hospital e as iniciativas já existentes contribuam para uma melhor qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores, respeitando suas necessidades e desejos.