O retorno de 585 peças culturais de 50 etnias indígenas enriquece o patrimônio brasileiro. Esses artefatos, que incluem mantos, cocares, máscaras, instrumentos musicais e esculturas, foram mantidos na França e adquiridos por representantes do Museu de Lille. O processo de repatriação contou com a intervenção do Ministério Público Federal, da Fundação Nacional do Índio e do Ministério das Relações Exteriores.
Entre as relíquias recuperadas, destaca-se um manto tupinambá, medindo 1,80 metro, confeccionado com penas de guará e fibra de resina, que estava no Museu Nacional da Dinamarca há mais de três séculos. Essa peça, junto com outras, foi alvo de saques realizados por corsários europeus, representando um importante marco na história de etnocídio dos povos indígenas.
As autoridades brasileiras, em um movimento para valorizar e respeitar as tradições culturais dos povos originários, estão atentas à repatriação de outras peças. Já foram identificados quatro mantos semelhantes, e há ainda cinco outros em diferentes instituições na Europa, com trâmites já iniciados para sua devolução.
Esses objetos são testemunhos da rica diversidade cultural existente no Brasil, muito anterior à chegada dos colonizadores. O resgate dessas peças é um passo significativo na valorização da história e das tradições dos povos indígenas do país.