Agentes federais realizaram uma operação controversa na Chapada Diamantina, onde um terreiro de candomblé, conhecido como Peji da Pedra Branca de Oxóssi, foi alvo de ações consideradas por muitos como um ataque ao patrimônio cultural e religioso. A Defensoria Pública da União qualificou a ação como um ato de discriminação religiosa.
Localizado nas proximidades da sede do município de Lençóis, o terreiro, que está sob a responsabilidade da família do líder Gilberto Araújo, há mais de quatro décadas, foi invadido por uma equipe composta por 16 agentes. A operação, que se assemelha a práticas repressivas do passado, levantou questionamentos sobre as intenções por trás do ato, especialmente dado o contexto de resguardo à cidadania e à diversidade cultural.
De acordo com informações, a invasão foi marcada por buscas rigorosas nas edificações do terreiro, sem que as moradias vizinhas fossem afetadas. A direção do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) se defendeu, alegando não ter encontrado indicações de que o local tinha um propósito religioso, o que foi amplamente contestado à luz das evidências presentes no local.
Agora, a expectativa é que os órgãos responsáveis realizem uma investigação minuciosa sobre a situação, a fim de esclarecer as circunstâncias que levaram a essa operação, bem como os impactos sobre a comunidade religiosa e seus direitos.