A campanha “Coração Azul” foi lançada em uma ação realizada na estação de metrô rodoviária da Bahia, visando aumentar a conscientização sobre o tráfico de pessoas, especialmente em locais de alta circulação. A atividade ocorreu na semana do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho. Durante o evento, foram distribuídos materiais informativos e promovidas interações com os passageiros, alcançando aproximadamente 2.500 pessoas.
Dados do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo (NETP) da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) revelam que, até o primeiro semestre deste ano, foram registrados 96 casos de tráfico na Bahia. Em 2023, 338 pessoas foram resgatadas, com uma predominância de casos relacionados ao trabalho análogo à escravidão, afetando principalmente mulheres e meninas negras entre 15 e 30 anos.
Hildete Emannuele Nogueira, coordenadora do enfrentamento ao tráfico, destacou que meninos e homens negros de 15 a 35 anos também são alvos frequentes dos aliciadores. Ela reforçou a urgência de denúncias, uma vez que a subnotificação e a falta de relatos dificultam a identificação da real dimensão do problema. Embora cerca de 3 mil resgates ocorram anualmente no Brasil, esse número representa apenas uma fração dos casos.
O tráfico de pessoas é uma grave violação dos direitos humanos, envolvendo práticas como aliciamento, transporte e compra de indivíduos com a finalidade de exploração sexual ou trabalho forçado. A campanha “Coração Azul”, promovida pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), visa orientar a população sobre como identificar e denunciar situações suspeitas.
Os canais disponíveis para denúncias incluem o Disque 100, Disque 180 e qualquer agente público acessível. Hildete Nogueira orienta que as pessoas estejam atentas a ofertas de trabalho muito atraentes e que realizem pesquisas detalhadas sobre empregadores e condições de trabalho.