O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, manifestou a intenção de reiniciar as conversações com os Estados Unidos, em meio a críticas sobre sua reeleição. Em declarações feitas na quinta-feira, 1º, Maduro afirmou que o diálogo pode ser reestabelecido se o governo americano respeitar a soberania venezuelana e cessar as ameaças. Ele compartilhou a proposta em sua conta na rede social X, enfatizando sua disposição contínua para a negociação.
Entretanto, o presidente condicionou o diálogo ao cumprimento de um memorando de entendimento assinado em setembro do ano anterior, durante conversas diretas entre Caracas e Washington no Catar. Isso ocorre em paralelo a negociações entre seu governo e a oposição em Barbados, que visa criar um roteiro para futuras eleições presidenciais.
A situação se intensificou após as afirmações do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que declarou haver “evidência abundante” em favor do candidato opositor Edmundo González Urrutia. Madura foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, recebendo 51% dos votos, enquanto González Urrutia teria obtido 67%, de acordo com a oposição, que alega ter acesso a mais de 80% das atas de votação.
Além disso, Maduro divulgou trechos do memorando de entendimento do Catar, que menciona que, uma vez realizada a posse do presidente eleito, os EUA desbloqueariam ativos do governo venezuelano e levantariam sanções. A Casa Branca já havia sinalizado uma possível revisão das sanções, que incluem restrições ao setor de petróleo e gás da Venezuela, sob a condição de que fossem realizadas “eleições livres”.
Desde a reeleição, a oposição tem promovido protestos, com a alegação de fraude, resultando em pelo menos 11 mortes e mais de mil prisões, de acordo com organizações de direitos humanos. Maduro responsabilizou os opositores pela violência e exigiu que fossem responsabilizados judicialmente.