As experiências de pais escritores que se dedicam à literatura infantil na Bahia trazem à tona reflexões sobre paternidade e o universo das crianças. Alessandro Marimpietri, psicólogo e autor, ilustra essa conexão ao relatar um momento marcante com seu filho Lucca. Durante uma festa de aniversário virtual, Lucca, aos nove anos, questionou sobre o conceito de tempo, o que levou Marimpietri a lançar o livro “O que é o tempo?”. A obra responde não apenas às curiosidades infantis, mas também a indagações que os pais enfrentam em suas relações com os filhos.
Marimpietri destaca os desafios de escrever para o público infantil, enfatizando a honestidade e criticidade das crianças. Sua narrativa é acompanhada por ilustrações de Esteban Vivaldi e um QR-Code que direciona a uma canção criada pela dupla Família que Brinca, adicionando outra camada interativa ao seu livro.
Outro autor, Gusti, traz uma perspectiva pessoal com “Não somos anjinhos”, abordando a experiência de ser pai de uma criança com Síndrome de Down. A obra reflete sobre as interações sociais e a complexidade emocional que envolve as crianças, ressaltando que, como todas as crianças, elas têm momentos de alegria e tristeza.
Pawlo Cidade, escritor e dramaturgo, inspira-se em sua família para criar histórias infantis, onde seus filhos e netos frequentemente se tornam personagens. Ele menciona que o universo infantojuvenil é desafiador, exigindo uma comunicação que ressoe com a vivência e a imaginação das crianças.
Bruno Cássio Moraes Leal lançou recentemente “O travesseiro companheiro”, um livro que surgiu da experiência com sua filha Ananda, que temia dormir sozinha. A obra, que inclui um minitravesseiro, visa oferecer conforto e acolhimento para outras crianças enfrentando medos semelhantes.
Por fim, Bito Teles, jornalista e escritor, atribui sua trajetória literária à experiência da paternidade, tendo criado um blog que expressava suas expectativas em relação a ser pai. A sua mais recente obra, “O trovão e o rio”, aborda o tema da saudade e a relação entre pai e filha, destacando como a paternidade moldou sua escrita e sua perspectiva sobre a vida.
Esses autores, por meio de suas obras, exploram não apenas a literatura infantil, mas também as complexidades emocionais e as vivências que vêm com a paternidade, refletindo sobre o papel da curiosidade e das relações na formação de novas histórias.