Em 2023, o debate sobre a classificação dos quadrinhos como forma de literatura ganhou novos contornos quando o jornalista James Akel, concorrente à cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras, declarou que os quadrinhos pertencem mais ao campo do entretenimento do que à literatura ou à educação. Akel afirmou: “No dia em que acabarem os livros, acabou a literatura”.
No entanto, essa visão não é unânime. O escritor Marcus Vinícius Rodrigues, membro da Academia de Letras da Bahia, defende que os quadrinhos podem sim ser considerados uma forma de literatura, ressaltando a qualidade narrativa presente em obras como as da Marvel. Para Rodrigues, a avaliação do que é boa ou má literatura não deve ser rigidamente definida, já que até mesmo romances considerados de alta literatura podem não ter uma boa escrita ou narrativa.
Ele também ressalta o intercâmbio entre diferentes formas de narrativa, citando adaptações de clássicos, como Shakespeare, para os quadrinhos. Rodrigues acredita que a discussão sobre a literatura deve ser ampliada, permitindo que as pessoas tenham acesso a diversos tipos de obras, sem preconceitos sobre suas classificações.
A questão da qualidade e do valor dos quadrinhos como literatura continua em pauta, refletindo a diversidade de opiniões e as diferentes formas de interpretação da narrativa.