Devido à repercussão em torno da notificação enviada pelo Esporte Clube Vitória a uma artesã que vendeu produtos personalizados com o símbolo do clube, novos relatos de situações semelhantes surgiram, gerando descontentamento entre os torcedores.
A artesã Fernanda Santana, de 22 anos, residente de Mata do São João, foi notificada por comercializar biquínis que exibem o escudo do Vitória. Ela mantém uma loja online de moda praia desde 2019 e, após começar a confeccionar suas próprias peças, recebeu pedidos com a temática do clube. Ao divulgar um modelo em suas redes sociais, sua conta foi suspensa em decorrência de uma denúncia feita pelo clube.
Fernanda relatou que, após a suspensão de sua conta no dia 4 de julho, recebeu uma notificação extrajudicial solicitando que entrasse em contato por telefone. Durante a conversa, ficou claro que, além de excluir os anúncios, seria necessário assinar um termo, fornecer informações sobre os fornecedores e pagar uma multa de R$ 1.500,00, podendo parcelar o valor.
Essa ação do clube não foi bem recebida por parte da torcida. Muitos torcedores expressaram suas opiniões nas redes sociais, afirmando que a cobrança é desproporcional, especialmente diante de valores maiores envolvidos nas transações comuns do futebol. Comentários criticando a postura do clube surgiram, com torcedores questionando a necessidade de uma ação legal contra uma pequena empreendedora.
Figuras públicas também manifestaram apoio a Fernanda. O atacante Marinho, ex-jogador do Vitória e atualmente no Fortaleza, mostrou interesse em ajudar a artesã, incentivando seus seguidores a apoiarem seu trabalho.
O Vitória, em parceria com a empresa de combate à pirataria Nofake, defende sua posição como uma forma de proteger a qualidade e autenticidade de seus produtos. A notificação à artesã se insere em um esforço mais amplo do clube para controlar o uso de sua marca e coibir práticas que considera ilegais. A situação, no entanto, continua a repercutir negativamente entre a base de fãs, enquanto a discussão sobre os limites entre proteção de marca e apoio a pequenos empreendedores se intensifica.