O início da propaganda eleitoral coloca em evidência diversos desafios no cenário atual, especialmente em relação à ética e ao uso da tecnologia. Com o crescimento das ferramentas digitais, a necessidade de harmonizar a comunicação dos candidatos com práticas éticas se torna cada vez mais evidente. Entre os principais obstáculos estão a inteligência artificial e o uso de deepfakes, que podem distorcer informações e prejudicar a veracidade das mensagens transmitidas.
A complexidade de monitorar e coibir práticas desonestas, como a manipulação de conteúdo audiovisual, se intensifica diante da arquitetura descentralizada da internet. Este ambiente, que funciona quase como um organismo autônomo, dificulta a aplicação de legislações previamente estabelecidas, mesmo que a legislação eleitoral busque se adaptar a essas novas realidades. A Resolução 23.610/2019 do Tribunal Superior Eleitoral, por exemplo, foi revisada para lidar com essas manobras digitais.
Os eleitores desempenham um papel crucial neste contexto, sendo incentivados a serem vigilantes e a reportarem tentativas de manipulação e desinformação. A pressão por parte de instituições para mitigar a proliferação de informações falsas é relevante, mas a eficácia desse controle ainda está em discussão. A batalha entre órgão reguladores e especialistas em tecnologia é um fenômeno recente e imprevisível, destacando a importância de fontes confiáveis de informação, como imprensa e eventos presenciais, onde a possibilidade de fraudes é minimizada.
À medida que as eleições se aproximam, a responsabilidade sobre a informação e a forma como esta é apresentada se torna um ponto central na luta por um processo eleitoral mais transparente e ético.