Motoristas de aplicativo em Salvador têm adotado estratégias discretas para oferecer serviços sexuais durante suas corridas. A prática, que vem se tornando comum, envolve o uso de códigos e táticas específicas para facilitar a negociação entre motoristas e clientes.
Um exemplo é o uso do doce Halls, que é deixado à vista no painel do carro. Quando um passageiro solicita a bala, isso sinaliza o início da proposta. Outros motoristas têm utilizado letras como ‘B’ e ‘C’ em conversas por chat para indicar serviços sexuais, uma forma de contornar as diretrizes das plataformas que proíbem termos explícitos.
Além disso, algumas funcionalidades das plataformas de transporte permitem que motoristas e clientes negociem tarifas, o que pode facilitar ofertas de serviços complementares. Um caso notável envolveu um usuário que se ofereceu para pagar R$ 200 por uma corrida curta, demonstrando a crescente demanda por essas interações.
Os motoristas frequentemente se posicionam em áreas conhecidas por atrair o público LGBTQIAPN+ e aproveitam a oportunidade para flertar e fazer “desvios” em direção a saunas ou festas. Os valores cobrados pelos serviços variam bastante, com alguns motoristas relatando receber entre R$ 20 a R$ 300, dependendo do cliente e suas necessidades financeiras.
Contudo, essa prática também levanta preocupações sobre assédio. Há relatos de motoristas que enfrentaram propostas diretas e situações desconfortáveis, inclusive agressões. Um vídeo recente mostrou um motociclista reagindo a um toque indesejado durante uma corrida, destacando os riscos envolvidos.
As empresas de transporte foram contatadas, mas não se manifestaram sobre o assunto.