Um professor de 44 anos foi detido em Manaus (AM) sob a acusação de abusos sexuais e tortura de alunos com idades entre 8 e 11 anos. A prisão ocorreu na terça-feira, 20, após um trabalho investigativo que durou cerca de dois meses. As investigações foram iniciadas em junho, quando a Corregedoria do município recebeu relatos de que o docente estava privando os alunos de alimentação na escola.
Segundo a delegada Nathalia Oliveira, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), as crianças relataram aos pais que não queriam comparecer à escola devido à falta de comida fornecida pelo professor. Após os pais denunciarem a situação, a Corregedoria e o Conselho Tutelar foram até a comunidade São Raimundo do Manquetal para averiguar as informações, onde descobriram outras práticas abusivas do educador.
Durante o depoimento, uma das vítimas, uma criança de oito anos, afirmou que o professor costumava levar os alunos para sua casa sob o pretexto de oferecer aulas particulares, onde os expunha a filmes pornográficos e cometia abusos sexuais. A delegada informou que, até o momento, quatro meninos foram ouvidos e há indícios de que outras crianças também possam ter sido vítimas.
Além dos abusos sexuais, o professor é acusado de tortura. Ele fazia com que os alunos que tinham dificuldades de leitura fossem agredidos com uma palmatória por seus colegas durante as aulas. A delegada ressaltou que o docente tinha planos de fugir para Curitiba, mas foi preso em Manaus antes que pudesse deixar a cidade.
Após ser detido, o professor reconheceu a palmatória, mas alegou que a utilizava apenas para anotações no quadro. Ele admitiu a privação de merenda escolar, justificando que os alunos só poderiam comer após completarem suas atividades. Vale destacar que ele já respondia a um processo por estupro em Manacapuru, ocorrido em 2021. O caso continua sob investigação, e o professor enfrentará acusações de estupro de vulnerável, ameaça, tortura e outras infrações conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele permanece à disposição da Justiça.