Dois casos de assédio sexual no metrô de Salvador, ocorridos em agosto, evidenciam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em ambientes públicos. Os episódios coincidem com o mês de conscientização sobre a violência contra a mulher, trazendo à tona o debate sobre o tema e a necessidade de apoio às vítimas.
Na quinta-feira, um homem foi detido na estação Acesso Norte após esfregar o órgão genital ereto em uma passageira. A rápida ação dos usuários do metrô, que alertaram a segurança, resultou na intervenção policial, levando tanto a vítima quanto o agressor à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Uma semana antes, no dia 14, um jovem de 24 anos foi preso por importunação sexual na Estação Bonocô, após passar a mão em uma mulher enquanto desciam a escada rolante. O ato foi registrado por outro passageiro e gerou uma reação intensa de pessoas presentes. O agressor foi liberado dois dias depois, com a defesa alegando surto psicótico.
Ambos os casos estão enquadrados nas leis de Importunação Sexual e de Assédio, que tipificam atos libidinosos em espaços públicos e preveem penas de 1 a 5 anos de prisão. Ana Clara Auto, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, destacou a importância do ocorrido, enfatizando que o agressor foi detido e levado para a unidade de atendimento.
A Casa da Mulher Brasileira, inaugurada no final do ano passado, oferece serviços especializados no combate à violência de gênero, além de atendimento psicossocial 24 horas. Ana Clara ressaltou a necessidade de uma rede de apoio para mulheres que enfrentam violência, afirmando que muitas não têm coragem de denunciar.
Uma pesquisa internacional revelou que 85% das mulheres no Brasil já sofreram assédio nas ruas. Além disso, a pesquisa aponta que uma porcentagem significativa da população acredita que as mulheres às vezes são responsáveis pelo assédio, evidenciando a necessidade de educação e conscientização sobre o tema.