A Bahia enfrenta uma grave escassez de dendê, um ingrediente fundamental à sua cultura, conforme destacado pelo jornal A TARDE na edição de sexta-feira. A redução na produção dessa palma, que tem raízes profundas na identidade baiana, gera um alerta sobre a ameaça à “baianidade”.
As baianas de acarajé, um grupo de vendedoras que tradicionalmente utilizam o azeite de dendê, estão especialmente preocupadas com a diminuição do produto, considerado um Patrimônio do Brasil. Esse ofício é visto como uma forma de resistência e liberdade por parte das mulheres que enfrentaram a escravidão.
Em resposta à situação, a sociedade civil organizou uma “Câmara” com representantes de tabuleiros, produtores, acadêmicos e líderes religiosos do candomblé. O foco é desenvolver estratégias para recuperar a produção de dendê, incluindo a aquisição de maquinário necessário para o processamento do óleo.
Atualmente, a produção de dendê na Bahia representa apenas 1% do total do país, com apenas cinco municípios ainda cultivando a palma. Essa escassez coloca as comunidades em risco de depender da importação, o que pode inflacionar os preços e comprometer o sabor das iguarias locais.