A delegada da Polícia Federal, Denisse Ribeiro, foi alvo de tentativas de suborno e ameaças de morte por criminosos envolvidos em um esquema que coletava dados pessoais do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. As informações foram divulgadas pelo portal Uol.
Denisse liderou a Operação Acrônimo, deflagrada em 2015, que investigou fraudes em campanhas eleitorais, resultando em busca e apreensão na construtora JHSF em 2016. Documentos encontrados na operação indicavam um pagamento de R$ 4 milhões a um escritório de advocacia vinculado a Moraes.
Embora o caso tenha sido arquivado, novas investigações revelaram que dados de um sócio da JHSF foram acessados de forma irregular, coincidindo com o envio de emails ameaçadores à delegada. Em 2024, um email anônimo assinado por “Tacitus” tentou suborná-la, utilizando informações obtidas ilegalmente.
A campanha contra os agentes federais foi orquestrada pelo blogueiro Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos. Em 7 de março de 2024, Allan dos Santos anunciou que pagaria U$ 5 milhões por provas do envolvimento de Moraes na Operação Acrônimo.
A Polícia Federal instaurou um inquérito em 18 de março para investigar o “Projeto Exposed”, que ameaçava expor agentes federais através de coação virtual e vazamento de fotos, incluindo de crianças.
No dia 26 de março, Tacitus enviou um email à delegada, intitulado “Alexandre de Moraes recebeu R$ 4 milhões da JHSF”, solicitando colaboração. Em mensagens subsequentes, ele fez ameaças diretas. A delegada denunciou o caso à coordenação da PF, reportando a gravidade das ameaças recebidas.
O acesso aos dados da delegada foi realizado por um servidor da Polícia Rodoviária Federal. A JHSF se manifestou, afirmando que os valores citados referem-se a honorários advocatícios. Tanto Denisse quanto Moraes optaram por não comentar a situação.