João Figueira, professor e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de Coimbra, participou do Simpósio Baiano de Jornalismo e Literatura, realizado na Associação Bahiana de Imprensa (ABI), no dia 12 de outubro. Durante o evento, ele abordou a crescente influência das redes sociais e os desafios que isso impõe ao jornalismo.
Autor de “Da incerteza como princípio: jornalismo, democracia, decadência da verdade”, Figueira destacou a competição atual entre influenciadores digitais e meios tradicionais de comunicação. Ele enfatizou que, historicamente, o jornalismo teve o monopólio da comunicação em larga escala, mas atualmente enfrenta uma crise em seus modelos de negócios devido à saturação do mercado de atenção.
O professor criticou a despersonalização do jornalismo e sua aproximação com as dinâmicas das redes sociais, ressaltando que a ética e a busca pela verdade devem ser prioridades. Figueira mencionou a ascensão do partido Chega em Portugal como um exemplo de como discursos populistas podem ameaçar a democracia, destacando a relação entre a mídia e a manipulação da audiência.
Além disso, ele sublinhou a importância da tecnologia na produção de informação, mas enfatizou que a presença de profissionais qualificados é fundamental para garantir a qualidade da informação. Figueira concluiu afirmando que o jornalismo deve ser um defensor ativo da democracia, ressaltando que a imparcialidade, em muitos casos, não é viável.