O Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA) deu início a uma operação de fiscalização dos veículos que realizam o Tratamento Fora do Domicílio (TFD) após um acidente na BR-324 que resultou na morte de três pacientes. A ação tem como objetivo avaliar as condições de segurança dos transportes que levam pacientes a hospitais em Salvador, buscando prevenir novos acidentes.
Marcos Gêmeos, presidente do CES-BA, destacou a necessidade de revisar as normas do TFD, que estão em vigor desde 1994. “Estamos revisitando a instrução normativa de 1994 para entender as causas dos acidentes e modernizar a frota de veículos, priorizando a segurança dos pacientes”, afirmou.
A fiscalização realizada em dois hospitais de Salvador evidenciou a necessidade de maior colaboração entre os órgãos responsáveis pela segurança dos transportes. Gêmeos criticou a falta de resposta da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). “Solicitamos que a Agerba intensifique a fiscalização, mas ainda encontramos ônibus com pneus desgastados e veículos inadequados”, disse.
A UPB, contatada, negou a responsabilidade pela fiscalização, afirmando que seu papel é orientar os municípios. A entidade também destacou a falta de conservação das BRs 116 e 324, que impacta o transporte de pacientes.
Motoristas do TFD relataram as dificuldades enfrentadas nas estradas. Marcos Andrade, de São Sebastião do Passé, mencionou o estado precário da BR-324, enquanto José Mota, de Santo Amaro, e Joselito Lucas, de Macedo Costa, compartilharam experiências sobre os desafios diários, como buracos e a falta de infraestrutura.
Gêmeos também apontou a falta de pontos de apoio para motoristas e a ausência de treinamento para lidar com emergências. “Muitos veículos não têm profissionais de saúde e os motoristas não estão preparados para lidar com situações críticas”, alertou.
A reportagem tentou contato com a ViaBahia, responsável pela manutenção das rodovias, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.