Introdução
No Brasil, a proibição da maconha e a aceitação do tabaco refletem um histórico complexo de preconceitos e estigmas sociais. Enquanto o tabaco é amplamente regulamentado e aceito, a cannabis é alvo de restrições severas que estão profundamente enraizadas em questões raciais e sociais.
A Influência de José Rodrigues da Costa Dória
Um dos principais responsáveis por moldar a percepção negativa da maconha foi o médico e pesquisador José Rodrigues da Costa Dória. Em seus estudos realizados na Bahia no início do século XX, Dória observou o consumo da maconha entre trabalhadores negros e, influenciado pelo racismo científico da época, chegou à conclusão de que a planta poderia levar à loucura e à criminalidade. Este tipo de raciocínio se transformou em uma justificativa para a criminalização da maconha no Brasil.
Racismo Científico e suas Consequências
O racismo científico, que sustentava a ideia de hierarquias raciais, foi um elemento chave nas análises de Dória. Ele afirmava que a maconha, consumida por negros, era uma ameaça à ordem social, contribuindo para a marginalização dessa população. Essa perspectiva alimentou políticas de criminalização e exclusão social que perduram até hoje.
Reflexões Atuais
As conclusões de Dória ainda reverberam na sociedade contemporânea, instigando debates sobre a legalização da maconha e a necessidade de reavaliar as narrativas históricas que cercam seu uso. A análise crítica dos estudos de Dória é essencial para promover um diálogo mais justo sobre a regulamentação da cannabis no Brasil.