O apagão recente que afetou milhões de consumidores em São Paulo revela falhas críticas na gestão do sistema elétrico e nas operações da concessionária Enel. Este evento não é apenas uma interrupção temporária, mas um sinal claro de que a responsabilidade pelas falhas de fornecimento de energia deve ser urgentemente reavaliada.
A Enel não cumpriu suas obrigações contratuais, apresentando insuficiência em manutenção preventiva e atendimento emergencial. Tal descaso com as necessidades dos consumidores exige uma reflexão profunda sobre o papel das autoridades regulatórias e a vigilância do Estado sobre as concessionárias.
Além disso, a comparação feita por alguns gestores entre este apagão e os efeitos de desastres naturais, como o furacão Milton, é desproporcional. Enquanto na Flórida as consequências foram menores, em São Paulo, a situação expõe a fragilidade do sistema de concessão quando não há concorrência efetiva e um devido acompanhamento das operações.
Este incidente deve servir como um alerta para a necessidade de fortalecer os mecanismos de fiscalização e promover um ambiente de concorrência no setor elétrico, evitando que a complacência se torne a norma entre os fornecedores de energia.