Em meio às eleições presidenciais nos EUA, Donald Trump ocupa um papel central, enfrentando a concorrente Kamala Harris. O lançamento de O Aprendiz, filme de Ali Abbasi, oferece uma visão provocativa sobre o início da carreira do ex-presidente, muito antes de sua ascensão ao poder.
Situado nos anos 1970, o filme detalha o início da trajetória de Trump no ramo imobiliário, abordando os problemas legais enfrentados pela empresa da família. Em busca de soluções, o jovem empresário recorre ao advogado Roy Cohn, conhecido por suas práticas pouco ortodoxas e habilidades em resolver questões jurídicas complexas.
A relação entre Trump e Cohn é central à narrativa, destacando a transformação do jovem iniciante em um negociador sem escrúpulos, características que se afirmariam mais tarde em sua carreira política. As táticas agressivas aprendidas com Cohn, como o mantra de ‘nunca admita a derrota’, se tornam pilares no comportamento de Trump.
Trabalhando o papel de Trump, Sebastian Stan transmite um arquétipo do ex-presidente, mantendo nuances sutis sem exagero. Jeremy Strong brilha na interpretação de Cohn, estabelecendo-se como figura chave na formação do caráter de Trump.
Importante ressaltar que O Aprendiz não se concentra nas futuras ambições presidenciais de Trump, mas ao assistir, a reflexão sobre seu papel como uma figura política conservadora é inevitável. Abbasi captura a atmosfera de Nova York durante aquela época, mostrando como a política e os negócios se entrelaçam na figura de Trump, especialmente com a ascensão do neoliberalismo nos anos 80.
A vida pessoal do ex-presidente também é abordada no filme, revelando seu primeiro casamento com Ivana, imigrante tcheca, que é tratado como uma transação comercial ao invés de um relacionamento genuíno. O filme também destaca a dificuldade de Trump em manter laços familiares, revelando um indivíduo cada vez mais isolado.