A Caixa Econômica Federal realizará alterações nas condições de financiamento imobiliário, a partir de 1º de novembro, o que pode dificultar o sonho da casa própria para muitos brasileiros. O limite de financiamento pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) será reduzido para 70%, frente aos 80% anteriores, e, na tabela Price, essa porcentagem diminui para 50%, anteriormente 70%. Como resultado, os compradores precisarão desembolsar um montante maior como entrada ao adquirirem um imóvel.
Nesse contexto, o consórcio imobiliário se torna uma alternativa viável, pois não requer entrada e as parcelas são fixas. A Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) informa que, entre janeiro e setembro deste ano, imóveis adquiridos por meio de consórcio perfizeram um a cada sete vendas, representando 17% do total de financiamentos no Brasil.
Francis Silva, economista e diretor financeiro da fintech Mycon, destaca que “o consórcio pode ser visto como uma forma de poupança, pois garante a aquisição do bem ao final”. No consórcio, um grupo de pessoas compartilha o objetivo de comprar imóveis, terrenos ou reformar, realizando contribuições mensais geridas por uma administradora.
Todo mês, um ou mais participantes são contemplados com a oportunidade de utilizar o crédito. O grupo se encerra quando todos são contemplados, e se alguém desistir, pode haver devolução proporcional do que foi pago. Silva frisa que o consórcio oferece economia em juros e na isenção do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Ele também facilita a organização de finanças, permitindo que os participantes definam planos adequados ao seu perfil.
Rodrigo Freire, da ABAC no Nordeste, ressalta que a abrangência do consórcio permite a compra de diversos tipos de imóveis, incluindo comerciais e terrenos. Para a aquisição de residências urbanas, o uso do FGTS como lance é uma possibilidade. Contudo, é essencial escolher uma administradora idônea e estar ciente da taxa de desistência do grupo, já que a desistência de um consorciado pode afetar o desempenho do grupo.
A diferença na análise de crédito e os requisitos de entrada devem ser levados em conta ao optar entre financiamento e consórcio, conforme o perfil do cliente. Silva indica que o consórcio é mais indicado para quem tem um planejamento financeiro e busca menores custos.
Como lembrete, o consórcio implica uma programação de aquisição num intervalo significativo, entre 150 a 220 meses, ressaltando que desistências podem tornar a devolução complexa. Para evidenciar a economia, uma simulação revela que o custo de um imóvel de R$ 300 mil em consórcio será de R$ 341.970, enquanto o financiamento totaliza R$ 556.847.