Um novo censo realizado pelo Ministério Público da Bahia revelou que, apesar de 80% da população se declarar preta ou parda, apenas 34% dos promotores se identificam como negros. Os dados foram apresentados ontem pela promotora Lívia Santana Vaz, durante um evento na sede do MP em Nazaré, como parte do Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional (Peri), criado em 2021.
Lívia ressaltou que essa diferença é um claro exemplo de racismo institucional, evidenciando a necessidade de ações afirmativas para garantir que a diversidade étnico-racial esteja presente nas instituições públicas e privadas.
O censo, além de identificar a situação atual, servirá como uma ferramenta para implementar políticas de inclusão e capacitação antirracista. Ela também comparou os dados locais com os resultados do censo nacional, que mostrou que apenas 15,8% dos membros do MP em todo o Brasil são negros, em contraste com 55,5% da população brasileira.
A promotora destacou que a representatividade é fundamental em um estado democrático, e o MPBA já atua na responsabilização de instituições que praticam racismo, propondo mudanças internas.
O procurador-geral de Justiça, Pedro Maia, também comentou sobre a importância de promover igualdade de oportunidades.