A Bahia se destaca como o segundo estado com maior número de órfãos no Brasil, conforme dados inéditos dos Cartórios de Registro Civil. Desde 2021, a média anual de órfãos é de 4,1 mil, e até outubro de 2024, o número de crianças que perderam ao menos um dos pais chegou a 4.382, indicando que o total deve ultrapassar os 4.521 registrados em 2023.
As principais causas para essa situação são a violência e as doenças. O levantamento, que abrange o período de 2021 a 2024, foi possível devido à obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais nos registros de nascimento a partir de 2019, o que permitiu um cruzamento de dados que revela o número de órfãos no país.
Apenas São Paulo supera a Bahia em número de órfãos, enquanto Rio de Janeiro e Minas Gerais também apresentam altas taxas. Daniel Sampaio, presidente da Anoreg-BA, afirma que esses dados são essenciais para a criação de políticas públicas que beneficiem essas crianças, como a colocação em famílias substitutas.
Em Salvador, a média de órfãos desde 2021 é de 842, com 928 registros em 2023, um aumento em relação ao ano anterior. O gerente do Lar Vida, Roberto Cardoso, destaca a violência como a principal motivação para a internação de crianças. Jozias Sousa, presidente da OAF, também confirma que muitas crianças atendidas por sua organização são vítimas de diversas formas de violência.
A Covid-19 deixou 791 órfãos desde 2019 na Bahia, sendo 527 deles em 2021. As instituições, como o Lar Vida e a OAF, aceitam doações para ajudar as crianças.