Lead: Com a previsão de movimentar R$ 1,8 bilhão, o Carnaval de Salvador registra notável impacto na criação de empregos, confirmando os dados da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Prefeitura para 2024.
De acordo com informações da Secult, o evento fomenta mais de 200 mil vagas, evidenciando o aumento geral da demanda turística durante a alta estação, especialmente no período carnavalesco. Cristian Giuriato, diretor da Associação Brasileira de Trabalho Temporário (Asserttem), destaca a intensificação dos serviços no setor, em ritmo similar ao registrado no primeiro trimestre de 2024, quando 800 mil contratações temporárias foram previstas em âmbito nacional.
Empresas do setor já reforçam suas equipes desde dezembro. Joaquim Nery, sócio da Central do Carnaval, informou que a expansão das operações, incluindo a abertura de novos pontos para venda de abadás e camarotes, possibilitou a alocação de 30 colaboradores, tanto para vendas quanto para funções administrativas. A previsão é de gerar 400 empregos diretos, além dos postos oferecidos por empresas terceirizadas, representando um acréscimo de 12% em relação ao Carnaval anterior.
O modelo de contratações temporárias tem favorecido jovens entre 18 e 22 anos, muitos dos quais retornam em edições subsequentes. Mila Vilanova, que iniciou sua trajetória com a Central do Carnaval em uma vaga temporária na venda e entrega de abadás, integrou posteriormente a equipe de marketing e redes sociais, consolidando sua permanência na empresa.
Paralelamente, a Premium Entretenimento, responsável pelo Camarote Salvador, planeja gerar 14.700 empregos diretos e indiretos. Segundo Luciana Villas Boas, CEO da empresa, a avaliação criteriosa do desempenho dos colaboradores durante o evento possibilita a manutenção de talentos para futuras oportunidades na organização.
Além dos aspectos econômicos e de emprego, o Carnaval tem promovido iniciativas sustentáveis. O projeto Costura Solidária Sustentável, formado por costureiras negras da Península de Itapagipe, renovou sua parceria com o Camarote Salvador. Segundo Carine Nascimento, coordenadora do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), o grupo transformou uma tonelada de lona – que levaria 400 anos para se decompor – em 1.800 bolsas exclusivas para os clientes. Este ano, 10 novas colaboradoras foram contratadas para converter 450 quilos de lona em acessórios, demonstrando como o evento pode gerar oportunidades e promover a sustentabilidade.