Em janeiro de 2025, uma pesquisa realizada pela Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, revelou que 44% dos universitários precisaram interromper os estudos por não conseguirem arcar com as mensalidades. Embora o dado tenha reduzido 5% em relação ao início do ano anterior, o índice permaneceu alto.
Além disso, 9 em cada 10 estudantes declararam custear integralmente as despesas do curso, evidenciando uma mudança no perfil do estudante, que deixou de contar com o apoio financeiro dos pais. Entre os motivos para o trancamento da matrícula, 29% apontaram o desemprego, seguidos pela necessidade de priorizar outras contas (19%), redução de renda (12%) e gastos com tratamentos médicos (11%). Rodrigo Cerqueira, ex-aluno de design gráfico, afirmou: “O principal desafio era conciliar o valor da mensalidade e as despesas de casa.”
Como alternativas, os universitários têm recorrido ao crédito universitário, oferecido por instituições financeiras, programas governamentais e pelas próprias universidades, que preveem condições diferenciadas para pagamento. Especialistas, como o gerente de comunicação da Serasa, Fernando Gambaro, e a advogada Juliana Campos, ressaltaram a importância de avaliar prazos e orçamentos para evitar endividamentos. Rodrigo Cerqueira, que precisou trancar a matrícula e migrou para a universidade pública, destacou a relevância de continuar investindo na própria formação, mesmo diante de desafios financeiros.