Um crime brutal contra a comunidade Pataxó voltou a evidenciar os conflitos territoriais no extremo sul da Bahia. Na última segunda-feira, Vitor Braga Braz, de 53 anos, foi assassinado a tiros em pleno Território Indígena Barra Velha de Monte Pascoal, deixando um rastro de violência que ultrapassa os limites da região.
O ataque e suas consequências
Além do homicídio de Vitor, o cenário é ainda mais grave: um indígena de 25 anos foi baleado e dois adolescentes continuam desaparecidos. O Conselho de Caciques Pataxó (Conpaca) não hesitou em denunciar o caso como um ataque orquestrado por fazendeiros, utilizando a força de pistoleiros para intimidar e eliminar povos originários.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) reforçou a gravidade da situação, destacando que o crime ocorreu justamente na véspera de uma audiência pública sobre direitos territoriais. Como se não bastasse, um carro foi incendiado e a casa de um cacique foi queimada na Terra Indígena Comexatibá.
Resposta das autoridades
Diante da brutalidade, diversos órgãos oficiais já se manifestaram. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que reforçou ações ostensivas na região, enquanto a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o assassinato. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania prometeu cobrar investigações rigorosas e responsabilização dos culpados.
Uma luta histórica
Para os Pataxó, este não é um caso isolado, mas parte de um histórico sistemático de violações. “Não entregaremos nosso território a invasores que tentam nos exterminar”, declarou o Conpaca, evidenciando a resistência de um povo que luta pela sobrevivência desde o início da colonização.
A Apib ressalta que a solução definitiva passa pela demarcação e proteção efetiva das terras indígenas Pataxó e Tupinambá, única forma de garantir a segurança e a dignidade dessas comunidades.