Se a Bahia encanta o mundo, muito se deve a Jorge Amado. Seus personagens inesquecíveis como Gabriela, Nacib e Dona Flor despertaram a curiosidade de muita gente pela nossa terra e pela literatura brasileira.
Para entender melhor a importância desse mestre, o escritor e crítico mineiro Eduardo de Assis Duarte lança o livro “Narrador do Brasil – Jorge Amado leitor de seu tempo e de seu país”. O evento será realizado na Academia de Letras da Bahia, nesta sexta-feira (11), às 17h.
Eduardo já havia explorado a obra de Jorge Amado antes, com o livro “Jorge Amado, romance em tempo de utopia”, onde analisou os romances ‘proletários’ do autor. Agora, ele se dedica à produção completa de Jorge Amado, oferecendo uma visão mais ampla e profunda.
O autor explica que não analisou cada livro individualmente, mas fez uma seleção e conectou obras como “O país do carnaval”, “Jubiabá”, “Capitães da areia”, “Gabriela, cravo e canela”, “Dona Flor e seus dois maridos”, e “Tieta do Agreste”. Ele busca destacar elementos importantes que percorrem todos os seus escritos.
Eduardo acredita que Jorge Amado foi um grande responsável por formar leitores de literatura brasileira. Afinal, não é sempre que um autor conquista milhões de leitores com um único livro, como aconteceu com “Capitães da areia”, traduzido para 49 idiomas e estudado em diversos países.
Em “Narrador do Brasil”, Eduardo quer mostrar o lado de Jorge Amado que defendia a liberdade religiosa, o feminismo e os direitos sobre o próprio corpo. Ele também destaca como Jorge Amado foi pioneiro ao colocar o negro como herói na literatura brasileira.
Para Eduardo, Jorge Amado sempre observou atentamente o seu tempo e o seu país. Ele criou personagens que lutam e resistem, como os pobres dos cortiços, os órfãos de “Capitães da areia”, os retirantes como Gabriela e os negros que sofrem preconceito em “Tenda dos milagres”.
Jorge Amado escolheu o povo como herói, o que pode explicar seu sucesso. Alguns críticos o consideraram um autor menor porque ele escrevia para o povo, não para a elite.
Afinal, o que Jorge Amado queria com sua obra? Segundo Eduardo Duarte, ele sonhava com um país melhor, mais humano e sem opressão. Uma sociedade com justiça social, igualdade de gênero e sem racismo.
O lançamento de “Narrador do Brasil – Jorge Amado leitor de seu tempo e de seu país” será nesta sexta-feira (11 de abril), às 17h, na Academia de Letras da Bahia (Av. Joana Angélica, Nazaré). O livro, de Eduardo de Assis Duarte e publicado pela Editora Fino Traço, tem 244 páginas e custa R$ 70.