O racismo no futebol brasileiro não dá sinais de arrefecimento, pelo contrário. Os casos de discriminação racial entre torcedores e contra jogadores têm aumentado, expondo a ineficácia das medidas punitivas e da educação para combater esse tipo de crime.
Os números do Observatório de Discriminação Racial no Futebol mostram uma escalada preocupante: de 36 casos em 2014, saltou para 159 em 2019, atingiu 233 em 2022 e chegou a 250 no ano seguinte. A expectativa é que esse recorde seja quebrado novamente. O que está acontecendo?
A escolha do insulto
Muitas vezes, a rivalidade entre clubes ultrapassa os limites e descamba para o preconceito. A comparação de jogadores negros com macacos, por exemplo, é uma forma de ofensa recorrente. Em um caso recente, jogadoras do Sport Recife foram alvo de arremesso de casca de banana durante uma partida contra o Internacional.
Impunidade e Inércia
Essa onda de racismo se configura como uma pandemia social, revelando a fragilidade das instituições em coibir esses atos. Os boletins de ocorrência raramente resultam em indiciamento e prisão. A Justiça Desportiva se mostra inoperante, enquanto as confederações promovem ações de fachada que não resolvem o problema.
A falta de rigor das autoridades competentes acaba incentivando a reincidência, enfraquecendo a lei e perpetuando a ideia de que existe uma hierarquia entre os seres humanos, onde alguns são considerados superiores a outros.